Ouve, abre os olhos, olha para cima Desfruta das coisas boas que a vida tem!
Ele jurou ser um esbanjador de sorrisos
Desde que estivera, em Maio de 1989, numa das ilhas do arquipélago das Baamas que o Rogério se apercebera da enorme força do sorriso.
Era quase lusco-fusco. Cruzou-se com ele bonita senhora de meia-idade. Não resistiu a que os seus olhares se cruzassem também. A senhora esboçou logo um sorriso: «You welcome!», «Seja bem-vindo!». Rogério correspondeu; instintivamente e estacou, de imediato, a consciencializar o ocorrido. Ele acabara de chegar do outro lado do Atlântico; a senhora não o conhecia de sítio nenhum e sorriu-lhe!
Daí por diante, Rogério jurou ser um esbanjador de sorrisos.
No cosmopolita equipamento balnear onde lhe foi dado passar uns dias de férias, repetiram-se, pois, os bons-dias, «have a nice day», «you welcome», «boa noite!»… Sempre correspondidos, com toda a naturalidade, passado o inicial centésimo de segundo de surpresa.
No elevador, a jovem tinha, naturalmente, a objectiva ao peito. Rogério olhou, viu-a apontada para ele, «assustou-se», pôs as mãos no ar – e foi o sorriso geral.
A menina segurava uma enorme bóia em forma de flamingo. O bico do bicho soltou-se-lhe dos braços e, numa «ameaça», bateu num Rogério «assustado». A menina riu, os pais acharam piada. O sorriso instalou-se nos escassos segundos da subida do ascensor.
Faleceu-lhe inesperadamente uma colega, amiga do peito e cúmplice em muitas iniciativas. No luto, Rogério deu consigo, a determinado momento, a enviar-lhe um sorriso! E tem a certeza de que ela lhe correspondeu!