OS PRESENTES DO PAI NATAL

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O procurador-geral da República, Amadeu Guerra, não diz qual a data para o despacho sobre a investigação ao caso Spinumviva. O caso relaciona-se com a empresa da família do primeiro-ministro, que tanta tinta fez correr, mas o PGR afirmou que pode ser ‘um bom presente de Natal, mesmo que seja antes do Natal’, presume-se que para Luís Montenegro, que diz estar ‘tranquilo’. O Ministério Público está em fase de averiguação preventiva, esperando-se que decida se há ou não matéria para abrir um processo.

Fico na dúvida do que terá Amadeu Guerra pedido ao Pai Natal e se o seu desejo será concedido.

Por seu turno, António Costa não tem direito a Pai Natal, já que pediu quatro vezes para consultar processo Influencer e nunca foi autorizado pelo Ministério Público. Recorde-se que Costa se demitiu do cargo de primeiro-ministro na sequência do caso e é agora presidente do Conselho Europeu. A Procuradora do Ministério Público defendeu-se com o ‘segredo de justiça’ para impedir Costa de consultar o processo em que está a ser investigado, sendo certo que o primeiro pedido entrou antes de ser decretado o segredo de justiça.

Direito a Pai Natal também não têm os portugueses em matéria de Comunicação Social. Recentemente, uma amiga que vive fora de Lisboa disse que tinha ‘receio’ de vir à capital porque se tornou muito violenta devido aos imigrantes e justificações afins. ‘É só violência que vemos na televisão’, clarificou. Aconselhei-a a mudar rapidamente de canais televisivos, já que sempre que há um crime as imagens passam até à exaustão. Um crime passa tantas vezes que as pessoas ficam com a ideia de haver 30 ou 50 crimes.

Também lhe pedi que consultasse os índices de criminalidade em Lisboa no Instituto Nacional de Estatística (INE). De facto, os crimes diminuíram significativamente em 2024. A criminalidade geral diminuiu 7,6 por cento e a grave e violenta 1,8 por cento, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024. Esta tendência de descida, que foi a segunda maior em 10 anos, contrastou com a subida da criminalidade em algumas zonas do interior do país. Em 2023, tinha havido um ligeiro aumento da criminalidade grave e violenta, estando esta tendência em inversão. Por isso, disse à minha amiga que pode vir a Lisboa quando quiser, que os imigrantes não são ‘papões’ e Lisboa é, até, das cidades mais seguras do Mundo.

Vai daí, perguntei-me o que queria eu pedir ao Pai Natal. Decidi pedir uma Comunicação Social mais séria, que invetive o PGR e o primeiro-ministro, que faça as perguntas certas, ainda que incómodas. Também pedi um PGR que não ofereça presentes de Natal a Luís Montenegro e se preocupe com os processos que continuam atrasados, sobretudo os que levaram à demissão de um primeiro-ministro e ainda não se entende como continuam em segredo de Justiça.

Preocupada com os meus concidadãos, pedi ao Pai Natal que encontre um primeiro-ministro que não queira fazer um pacote laboral lesivo dos trabalhadores e se preocupe com quem ganha 800 euros e tem para pagar uma ‘renda moderada’ de 2300, além de precisar de comida, de infantários, de despesas comuns de quem ainda tenta viver.

E pronto! Só me falta saber o que pediu o PGR que, aparentemente, também espera que o seu presente de Natal seja satisfeito.

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