O preço dos combustíveis continua no sobe-sobe desce e volta a subir. Isto é, independentemente da flutuação do preço na produção, o consumidor está sempre a pagar mais caro. Mesmo quando desce nunca é para valores equivalentes à descida registada na produção. Ou seja, a margem de lucro das petrolíferas e outras empresas do setor energético não deixa de aumentar. Por exemplo, em 2021 a GALP teve um lucro acima dos 457 milhões de euros. A EDP lucrou 657 milhões.
A suscetibilidade dos mercados internacionais somada à ganância dos acionistas das multinacionais energéticas tira-nos o pão da boca. os Governos, de um modo geral, não são capazes de contrariar esses esquemas. Primeiro, porque tudo o que havia para ser nacionalizado já foi. Segundo, porque os governantes são uma espécie de funcionários a prazo e andam sempre a preparar o futuro deles sem chatices.
Verdade seja dita que, neste caso dos preços dos combustíveis, este Governo parece sinceramente empenhado em amaciar o embate financeiro nas famílias portuguesas. O esquema de pequenas compensações que delineou, com descidas dos impostos sobre os combustíveis, vale pouco mas é melhor que nada.