UMA SOCIEDADE SEM RESPOSTAS

Em Portugal, em média, registam-se três suicídios por dia (9 suicídios por 100 mil habitantes), de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística referentes a 2021. A Ordem dos Psicólogos confirma que, todos os dias, há três pessoas que colocam termo à vida. De acordo com um estudo da PORDATA  a taxa de suicídios era o,8 em 1960 e de  0, 7 em 2021, ou seja, com algum acréscimo entre 2007 e 2017, a taxa manteve-se estável, desde 1960 até 2021, o que constitui um dado de análise relevante.

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No Mundo, um milhão de pessoas suicida-se, anualmente, um valor que já ultrapassa o número de mortos devido a guerra e homicídio, de acordo com um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ou seja, no mundo, o rácio sobe para um suicídio a cada 40 segundos. Entre os jovens dos 15-34 anos traduz-se na segunda maior causa de morte. De acordo com esta organização, o problema continua a agravar-se, com a possibilidade de um aumento exponencial do número de suicídios nos próximos anos. “Os números tendem a crescer com a idade, mas, infelizmente, também se regista uma tendência alarmante de comportamento suicida entre o grupo de jovens dos 15 aos 25”, de acordo com a OMS.

Em Portugal, esta situação é uma realidade preocupante, a que se junta o aumento de consumo de bebidas alcoólicas e de drogas. A morte de jovens, em acidentes de automóvel e de veículos de duas rodas,  tem vindo a aumentar. Até que ponto, não sendo considerado suicídio, não se pode considerar que é uma forma de pôr termo à vida?

A resposta a esta questão pode ajudar-nos a tentar perceber para onde vamos, ou melhor para onde vai esta sociedade, que sai à rua em protesto contra a guerra, mas que se guerreia e se mata diariamente.

O suicídio, ou a vontade de arriscar a vida até aos limites, pondo em perigo a dos outros, é uma das características da juventude, em todo o Mundo, sem que a sociedade tenha capacidade para dar resposta às causas que levam a este desapego à vida. A esta atitude disruptiva, acresce o aumento da violência em ambiente familiar, facto que nos deveria preocupar e obrigar a reflectir.

Normalmente associa-se esta disrupção ao insucesso escolar, ao desemprego, à ausência de perspectivas profissionais, à desestruturação das famílias, enfim, a todo um conjunto de disfunções sociais que domina o Mundo dos nossos dias. Mas serão, apenas, estas, as causas? Ou algo mais estará na génese do aumento do número de suicídios e violência? Seria bom que fossemos pensando numa resposta, porque é o nosso futuro colectivo que está em causa.

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