ANGOLA: GOVERNO VAI CONDECORAR JONAS SAVIMBI E HOLDEN ROBERTO

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O discurso do Presidente de  Angola, na abertura oficial do ano parlamentar, por muitos chamado “Discurso do Estado da Nação, foi esperado com a habitual ansiedade de quem procura medidas concretas, sinais, esperança, ou, pelo menos, explicações para a crise presente e pistas para um futuro melhor.

E o discurso surpreendeu:  

1) Pela extensão, foram 3 longas horas (aproximadamente das 11h às 14h) a discursar de pé. 

2) Pelo conteúdo, foi de novo uma longa narrativa histórica (do início da colonização, sec. XV aos dias de hoje), mas falou pouco do futuro.  Falou pouco dos problemas concretos, não apontou soluções e deu pouca esperança. 

3) Pela grande novidade, que foi o fato de ter anunciado que iriam ser condecorados todos os signatários dos Acordos de Alvor (1975) atribuindo a todos eles a medalha comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional. Ou seja, Jonas Savimbi (UNITA) e Holden Roberto (FNLA) vão ser condecorados a título póstumo.

Esta novidade de ir condecorar Jonas Savimbi e Holden Roberto é uma resposta clara às muitas críticas que recebeu de vários quadrantes por eles não estarem na lista inicial (que é extensíssima, mais de 1000 personalidades) e pode ser vista como uma tentativa de apizaguamento ou reconciliação.

O discurso, como não podia deixar de ser, elencou muitos dos feitos do regime. Mas, como sempre, as palavras ditas num discurso oficial são cuidadosamente escolhidas para transmitir mais as intenções políticas do que a realidade concreta de um país.

O presidente apelou à união, à perseverança e à confiança num país que ainda busca o seu caminho entre as feridas do passado e as promessas do amanhã. E por fim, reiterou que “Angola unida, vai vencer!”

O povo ouve, discute, duvida, espera e desespera, e muitos sabem que “a luta continua”!

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