Uma espécie de maná a cair do céu

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O Estado, através da Câmara Municipal de Lisboa, tem uma “mina” inesgotável que lhe dá uma receita superior a 13 800 euros por dia. Em dois anos, a “mina” distribuiu 10 milhões de euros de receita. Não é nenhum poço de petróleo no Beato, não. É uma rede de radares rodoviários.

É uma espécie de maná a cair do céu. Mais de meio milhão de infrações por excesso de velocidade. Com 80 534 infrações detetadas em dois anos, o radar localizado na Avenida Lusíada (sentido oeste-este), junto ao Hospital dos Lusíadas foi aquele que mais infrações detetou.

A este segue-se o aparelho localizado na Avenida Eusébio da Silva Ferreira (sentido este-oeste), em frente ao Centro Comercial Fonte Nova e junto à Escola Superior de Comunicação Social, com 63 937. Entre os 10 radares que detetaram mais infrações encontram-se ainda os aparelhos localizados nas avenidas Padre Cruz, Brasília e Infante Dom Henrique. São estes os pontos negros do excesso de velocidade em Lisboa, que fazem as delícias dos autarcas da cidade e das instituições que arrecadam a massa.

Dos 10 milhões de euros (exatamente 9 827 370 euros), a Autoridade Tributária recebeu perto de 6,3 milhões euros, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária cerca de 1,8 milhões euros, a CML com o restante.

No total existem na capital 41 radares fixos de controlo de velocidade de trânsito. Estes começaram a funcionar em 1 de junho de 2022 e a sua implementação correspondeu a um investimento total de 2,142 milhões de euros. Não há melhor negócio, o retorno do investimento em menos de seis meses, lucro garantido pela “pica” dos aceleras.

Além de permitirem o controlo da velocidade, os radares presentes na capital permitem ao Centro de Coordenação da Mobilidade do município receber dados de tráfego em tempo real.

Embora numa outra escala, o que se passa em Lisboa repete-se nos restantes centros urbanos de maior dimensão. Ou seja, trata-se de um verdadeiro “negócio” nacional, a coleta de multas e coimas rodoviárias.

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