Lisboa só tem olhos para o Rock in Rio, mata sem remorso eventos de menor dimensão mas de maior importância cultural. Falamos do Festival Literário Lisboa 5L que, depois de 4 edições, a autarquia (CML) não quis financiar este ano. Talvez para o ano, dizem. Mas não se sabe.
A vereadora da oposição Ana Jara diz que o executivo da CML cabimentou, no Orçamento para 2024, o dinheiro necessário para a realização do Lisboa 5L. Uns “míseros” 80 mil euros. Só não faz porque não quer. E faz notar que a borla fiscal oferecida por Carlos Moedas ao Rock in Rio (3 milhões de euros), em 2024, seria suficiente para realizar 38 edições do único festival literário da capital portuguesa.
Diz-se que Moedas deixou cair este festival porque a sua criação foi uma ideia proposta pelo PCP. Mas isso foi em 2018, realizaram-se 4 edições do festival, nunca se viu o PCP içar a sua bandeira nas iniciativas que o Lisboa 5L englobava na promoção da língua portuguesa, das livrarias, da literatura, dos autores, das bibliotecas.
Talvez o autarca prefira financiar eventos mediáticos, daqueles que dão na televisão. Sempre tem uma oportunidade de aparecer, promove a coisa promovendo-se a si mesmo também. Moedas não é um agente cultural. É mais um vendedor de artefactos.