A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), em Cascais, vai apoiar a criação de uma escola de turismo na Guiné-Bissau. O protocolo foi assinado há dias, em Bissau, pelo ministro da Educação guineense Henri Mané e pelo presidente do Conselho de Administração da ESHTE, Carlos Brandão.
Em princípio, a escola ficará localizada na ilha de Bolama, nos Bijagós. Trata-se de um arquipélago com imenso potencial turístico. De resto, toda a Guiné-Bissau poderá transformar-se num grande polo turístico, caso sejam criadas as condições necessárias para uma atividade económica que só se desenvolve em ambiente de paz social e em territórios despoluídos.
Nos Bijagós já existem algumas empresas dedicadas ao setor. Além da hotelaria, há quem organize excursões por algumas das ilhas do arquipélago. Trata-se de uma região única no mundo, onde é possível chegar relativamente perto de manadas de raros hipopótamos de água salgada, na ilha de Orango, ou observar a desova das tartarugas na ilha Poilão. Se aliarmos a beleza da natureza ao know-how que se adquire numa escola de hotelaria, os aviões vão começar a chegar a Bissau cheios de turistas ansiosos por uns dias de puro relaxamento.
Na assinatura do protocolo, foi dito que é possível ter a escola a funcionar dentro de um ano. Se assim for, será bom sinal. Em Portugal, o turismo é a principal atividade geradora de riqueza. Pode acontecer o mesmo com a Guiné-Bissau.
Bolama foi a 1ª capital colonial da Guiné-Bissau. A cidade tem um centro histórico que é uma relíquia em degradação, mas que a atividade turística poderá recuperar e preservar com facilidade. No continente africano há vários exemplos de sítios históricos que se transformaram em polos turísticos. Serão os casos, por exemplo, de Essaouira ou de Agadir, na costa de Marrocos, da ilha de Goré no Senegal, da ilha de Moçambique, de Zanzibar na Tanzânia ou de Mombaça no Quénia, todos eles locais que vivem e prosperam com o turismo internacional.