Um dos melhores discursos do dia foi o de Mariana Mortágua, líder do Bloco de Esquerda. Tal como costuma fazer André Ventura, Mariana Mortágua trouxe um caso particular para ‘cravar o bridão’ no lombo deste Governo.
A prometida redução de impostos às empresas, no caso da EDP vai beneficiar uma empresa que exporta para a China centenas de milhões de euros de lucros, que nega aumentos superiores a 3% aos trabalhadores portugueses e que beneficia constantemente de perdões e isenções fiscais.
E o que Mariana Mortágua diz é que vai continuar tudo na mesma, com este Governo. A verdade é que Montenegro não foi capaz de responder, limitou-se a encenar ar de ofendido.
Há muito que o Bloco de Esquerda persegue vários casos que envolvem a EDP. O caso da venda das seis barragens do Douro Internacional é um deles. Quem adquiriu as barragens foi a ENGIE, empresa global do setor da energia e dos serviços, com interesses e negócios em mais de 70 países. Dizem que o negócio rendeu à EDP 2 mil milhões de euros. Imposto pago ao estado português: zero.
Montenegro pode mostrar-se ofendido com as insinuações de Mortágua, mas ninguém esquece o exemplo de Eduardo Catroga que do PSD saltou para a EDP. A triste cena do chairman da EDP, em 2016, num assédio brutal ao primeiro-ministro António Costa ficou para os anais da corrupção em Portugal.
