Na Guiné-Bissau existe um trauma “golpista” que afeta toda a sociedade. Alguns dias depois de se saber que o Malan Bacai Sanha Jr. (filho de um antigo Presidente da República) tinha sido condenado a 6 anos e meio de prisão nos EUA, por tráfico de droga, teme-se que a campanha do caju em curso esteja em perigo devido a esses sinais de instabilidade que surgem constantemente.
Sanha Jr. estaria a organizar um golpe de estado, segundo afirmou o Departamento de Justiça dos EUA em comunicado. Segundo esta informação, Malam Bacai Sanha Jr. tencionava utilizar os lucros do tráfico de droga (heroína, da Europa para consumo interno nos EUA) para financiar um golpe de Estado, que o levaria à presidência e à instauração de um “regime de droga”.

A justiça americana não conhece fronteiras, como bem se sabe, e Malan foi detido na Tanzânia. Depois foi extraditado para os EUA.
Pois, agora, a Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) vem apelar à pacificação política, sob pena de provocar o “fracasso da presente campanha de caju”, o que seria catastrófico para a sociedade guineense.
Em comunicado, a CCIAS adverte que “responsabilizará partidos e políticos como autores morais e materiais de um eventual fracasso da presente campanha de caju e entende que o seu dever é convidar todos os partidos e políticos a afastarem os atuais cenários de crise”.

A CCIAS acredita que a irresponsabilidade política será castigada nas urnas, nas próximas eleições. Este organismo representativo dos setores mais importantes para a economia da Guiné-Bissau exorta o Presidente da República “a acionar todos os mecanismos legais que permitam ao atual governo concentrar-se no esforço nacional de salvar a campanha em curso”.
O caju é a principal fonte de receita dos camponeses. Além de alimentar o comércio local, a castanha de caju representa cerca de 90% das exportações do país. A Índia é o principal comprador de caju da Guiné-Bissau.