A recente altercação do treinador português com um árbitro espanhol de um jogo de infantis é exemplo do que acabámos de escrever. Conceição não gostou da arbitragem, entrou no relvado para discutir com o árbitro. A cena descambou em empurrões e chapadas, segundo afirma um autarca local que interveio para defender o árbitro. Conceição era apenas o pai de um dos jogadores em campo. Não podia ter feito aquilo, nem como pai nem como figura pública. O exemplo que deu é negativo sob todos os pontos de vista. E por isso imperdoável.
No vídeo que corre pelas redes sociais e sites de órgãos de comunicação social, é bem visível a mão de Sérgio Conceição na cara do árbitro. Um “gesto suave” dizem alguns, uma “chapada” dizem outros. É um ato arruaceiro, ilegítimo, qualquer que tenha sido a violência do impacto.

Sérgio Conceição tem apenas uma via para atenuar os estragos que já fez, ao futebol, ao civismo, à sua própria imagem: pedir desculpa ao árbitro e aos adeptos do futebol.
Damos de barato que o árbitro se tenha enganado. Acontece aos melhores. Será caso para ser avaliado pelo organismo desportivo apropriado e o árbitro terá de aguentar com as consequências do erro, se o cometeu.
Sérgio Conceição devia ter deixado a sua irritação no recato da sua intimidade. Interpelar publicamente o árbitro é o pior exemplo que podia dar. É um ato que propicia a normalização da arruaça e suscetível de vir a ser imitado. E por isso deverá, tal como o árbitro, aguentar com as consequências.