Ainda não sabemos ao certo quem venceu as eleições. Será o PSD, se os círculos da Europa e Fora da Europa não quebrarem a ‘tradição’ de dividir os 4 deputados pelos dois maiores partidos. Mas, até lá, há uma incerteza.
Olhando para os resultados eleitorais já disponíveis, o PS continua a ser o partido político com mais votos. O que o gráfico da CNE nos diz é que o PS, sozinho, teve 1.759.998 votos. O PSD não concorreu em nome próprio, no continente inseriu-se na coligação AD e na Madeira foi coligado com o CDS. Mesmo dando de barato que os parceiros de coligação do PSD não valem muito, em termos eleitorais, alguma coisa hão de valer. A soma total das duas coligações em que o PSD se integrou deu 1.811.027 votos. Uma diferença de apenas 51.029 votos a mais que o PS.
O círculo eleitoral da Madeira vale 3 deputados, a coligação PSD/CDS elegeu os três. E são esses três que, por enquanto, dão uma maioria relativa no parlamento. Por enquanto o PS tem 77, o PSD-CDS-PPM têm 79.
Golpe de teatro fantástico seria, nos círculos Europa e Fora da Europa, o Chega roubar os dois deputados ao PSD e o PS eleger os dois habituais. Ficava tudo empatado a 79-79. A esta hora André Ventura estará ajoelhado a pedir aos santinhos todos da cristandade para lhe concederem mais um milagre.
O empate absoluto nos resultados eleitorais é a hipótese de Ventura chegar a vice-primeiro-ministro. A subida vertiginosa da extrema-direita não é uma boa notícia. Esse é o maior prejuízo deste resultado eleitoral.
Não sabemos quem venceu as eleições. Sabemos que perdemos tranquilidade, voltamos à incerteza que a insensibilidade social da direita provoca.