A QUEDA DE UM PILAR

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A não eleição de Augusto Santos Silva para o novo parlamento é o símbolo da derrota do Partido Socialista.

Estamos a falar de uma figura do PS que foi ininterruptamente durante décadas um dos pilares ideológicos do partido. Quando não esteve no Governo foi deputado e colunista em jornais e canais de televisão. Ou seja, esteve sempre na crista da onda, na promoção das opções políticas do seu partido.

Uma carreira política longa, mas só depois de 1990 se filiou no PS. Antes, andou pelas tropas trostskistas, apoiou candidaturas à Presidência da República como a de Otelo Saraiva de Carvalho e Maria de Lurdes Pintassilgo. No PS, foi deputado nas legislaturas iniciadas em 1995, 1999, 2002, 2005, 2009, 2011 e 2019.

Atingiu o topo da carreira como Presidente da Assembleia da República, onde foi protagonista de um confronto firme contra os dislates de André Ventura e da bancada do Chega. Um dos pontos altos desse confronto foi quando o presidente do Brasil discursou na Assembleia da República.

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A roda da vida política prega partidas inesperadas. Santos Silva falha desígnios pessoais e políticos que, apesar de nunca os ter assumido, se adivinhavam nele: a liderança do PS e a Presidência da República.

1 COMENTÁRIO

  1. Acontece a muito boa gente, mormente a quem – como os líderes partidários – facilmente tomam a nuvem por Juno, por não terem os pés bem assentes no solo. Lamento «a queda do pilar», como Carlos Narciso tão bem soube qualificar este imprevisto; Santos Silva não merecia a distração de Lisboa.

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