Tucker Carlson tem uma carreira nos media norte-americanos, mas desde que foi despedido do canal de televisão Fox News fixou-se nos media sociais. A dimensão do mercado da língua inglesa é tal que garante sustento a muitos jornalistas que não têm lugar nos media institucionais.

Estamos a falar de um jornalista conhecido, também, por se situar na direita política dos EUA. É tido como apoiante de Trump. Quando se soube que Tucker Carlson estava em Moscovo, foi fácil perceber o que ele ia lá fazer. As críticas choveram em catadupa. Foi mimoseado com epítetos tipo “traidor”, “vendido”, criticado por “dar voz a um ditador”, etc. Mas não deve haver um jornalista no mundo que não quisesse estar no lugar de Tucker.

A entrevista é longa e está disponível. Sem cortes. Tanto no canal de Tucker no X como nos media russos. São duas horas de perguntas e respostas. Tucker tinha um único papel nas mãos (um alinhamento de tópicos, pela certa) e Putin nada. Respondeu a tudo e de improviso. Uma conversa longa demonstra vontade de responder. Vão dizer que Putin conheceu as perguntas previamente. Talvez tenha sido informado dos temas. Mas em duas horas, eles falaram de tudo, embora seja admissível que possa ter ficado alguma coisa por perguntar.

Vão dizer que foi tudo feito num tom suave. Sim, foi uma conversa serena. Mas isso não significa que não tenha havido questões delicadas. Vou deixar aqui um exemplo: a situação do jornalista Evan Gershkovich, correspondente do Wall Street Journal, preso e acusado de espionagem a favor dos EUA.
Legendar duas horas de entrevista é uma tarefa hercúlea e não vai ser feito aqui. Para quem entende inglês, a entrevista na íntegra está no canal de Tucker Carlson no X/Twitter.