De vez em quando, nascem uns tipos assim. Também umas tipas. Não nascem espontaneamente, como sementes levadas pelo vento. Nascem da perseverança, da crença em si mesmos, do espírito de sacrifício, enfim, de muitas horas de treino anos a fio. É assim que se fazem campeões. Já todos ouvimos falar da dedicação e esforço de Cristiano Ronaldo para ser o melhor do mundo, imaginem agora o que é a vida de um miúdo como Diogo Ribeiro que está a chegar ao topo na natação, uma modalidade desportiva muito técnica, muito tecnológica (ao nível dos equipamentos) mas, também, muito dependente da forma física que se adquire.
No Centro de Alto-Rendimento do Jamor, Diogo está a ser ‘moldado’ pelo treinador Alberto Silva, um homem que já antes treinou outros atletas medalhados, como foi o caso dos brasileiros César Cielo e Thiago Pereira.
Sob a orientação deste treinador, Diogo Ribeiro tem alavancado resultados nunca antes alcançados por atletas portugueses de natação pura. Em 2023, alcançou o melhor resultado de sempre de um nadador português, até então, com a medalha de prata nos 50 mariposa no campeonato do Mundo, em Fukuoka, no Japão. Tinha 18 anos.
Agora, nos mundiais de Doha, primeiro sagrou-se campeão nos 50 metros mariposa, dando a primeira medalha de ouro de sempre a Portugal em campeonatos do Mundo. Depois, conquistou a segunda medalha de ouro portuguesa nos 100 metros de mariposa.
Marcelo vai ter de o condecorar duas vezes. Ou mais, depende do tempo que ele for Presidente da República. Porque Diogo vai continuar a vencer. Se repararem nas vãrias tatuagens que ele tem no corpo, nas costas há uma que diz muito sobre o carácter deste atleta: em inglês, está escrito “sou maior do que fui”. Amanhã será ainda maior do que hoje.
