Construção de Sonhos

Chamou-lhe José Rodrigues «Construção de Sonhos», como se em cada dos seus quadros se concretizasse o gosto, um dia, sonhado. A exposição aí está, até dia 16, para ser apreciada em Cascais.

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Nunca será de mais evocar com aplauso a iniciativa do escultor Óscar Guimarães de prever na sede da Junta de Freguesia de Cascais, quando eleito para a presidência desta autarquia um espaço para exposições. Nessa atitude acabaria por ser seguido pelas várias juntas do concelho, ainda que só a (actual) União de Freguesias Cascais Estoril mantenha em ‘laboração’ permanente as suas duas salas expositivas.

Pela Galeria JF foram, pois, passando, ininterruptamente, ao longo dos anos, desde a década de 70, inúmeros artistas. Hoje, o espaço já não se identifica com esse nome, mas continua a ser boa sala de visitas para quantos apreciam as Artes Plásticas e as suas manifestações. O calendário está preenchido ano após ano, privilegiando-se os artistas residentes no concelho, portugueses ou estrangeiros, que assim vêem uma possibilidade de exporem os seus trabalhos. Aliás, esse é, igualmente, excelente meio de integração da comunidade estrangeira que escolheu Cascais para viver.

A presente exposição de José Rodrigues, mais do que uma «Construção de sonhos», como se designou, constitui, no fundo, a concretização de um sonho seu, acalentado ao longo dos anos. Desde há muito que José Rodrigues passa para as telas ângulos cativantes de paisagens da sua vida: aqui, uma queda de água; acolá, a torre de Belém; mais além, a ponte D. Luís I e a sedução dum barco rabelo; mais perto, a Casa da Pesca na Quinta do Marquês…

Escolheu-se para identificação da mostra uma invulgar ‘Boca do Inferno’. Invulgar, porque, despida de pormenores, em quatro singelos ‘estratos’ de cor, desde o azul do céu ao outro azul esmaecido das águas, cortados pela mole castanha da rocha, sintetiza, assim, bem expressiva força poética.

Louve-se também o extremo cuidado posto pela equipa responsável das duas galerias (dirigida por Ana Sério, a sua gestora, bem secundada por Emília Sabino) em disponibilizar eloquente cartaz e adequada folha de sala, dotada de código QR, a permitir rápido acesso ao catálogo da exposição.

Tive ocasião de escrever para a folha de sala que José Rodrigues «vê na Arte – quer na pintura como no desenho ou no azulejo – uma forma de se exprimir e de passar uma mensagem de encantamento perante a realidade que os seus olhos assim procuram captar».

A mostra está patente na galeria da Junta de Freguesia de Cascais, Largo Cidade de Vitória, podendo ser visitada de 2ª a 6ª, das 9 às 17 horas, até ao próximo dia 16.

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