Isto está a saque e as pessoas mais desprevenidas, menos informadas, são as presas preferidas dos bandidos que se dedicam aos assaltos digitais. São carteiristas digitais, tentam meter a mão no bolso das pessoas mais incautas. E devem ter sucesso, uma vez que os esquemas são cada vez mais notórios, em número e qualidade.
O Facebook tem várias armadilhas. O caso que destacamos hoje envolve o jornalista Pedro Andersson e a TVI. Mais uma vez, um engodo a apelar ao drama: “um dia difícil para Portugal. Despedimo-nos de Pedro Andersson”, levando as pessoas a pensar que o homem caiu de um 10º andar.
Quem clicar na imagem ou no título dramático, entra num texto delirante, uma entrevista imaginária, com links vários para uma plataforma de venda de bitcoins, uma espécie de dinheiro que uns tipos inventaram e que nos querem impingir a troco daquilo com que se compram melões: euros.
O que eles pedem não é muito: 250 euros. O que eles prometem é o céu, o paraíso, o nirvana. A aldrabice é tosca, mas quando envolve figuras públicas, canais de televisão e redes sociais, há sempre quem caia.
Na grande tanga que relatámos há semanas, o esquema utilizava os nomes e as imagens de Jorge Gabriel, Cláudio Ramos e o nome das empresas TVI, SIC e Microsoft. Agora temos o jornalista Pedro Andersson, os mesmos canais de televisão, o Facebook substitui a Microsoft como plataforma de disseminação da coisa.
Andersson é um jornalista que trabalha na SIC, dedicado aos temas da economia, autor de livros sobre a mesma temática. O esquema utiliza a imagem de credibilidade que Andersson granjeou ao longo de anos de trabalho, para ajudar a convencer mais facilmente.
QUANDO O TELEFONE TOCA
Estranhamente, a TVI parece estar em todas. Há um outro esquema de venda agressiva, não nas redes sociais mas usando indevidamente dados pessoais. O relato está nas redes sociais, nos perfis de pessoas que foram alvo deste processo.
O relato que transcrevemos é elucidativo: “o telefone tocou e identificaram-se como sendo da TVI. Explicaram brevemente que o (número) telefone tinha sido “selecionado” porque em tempos participara num passatempo da estação…. E tinham uma oferta… Depois de 3 ou 4 perguntas sobre a TVI…. Tipo: gosta de nós e da nossa programação e das nossas vedetas, desvendam a oferta: é que temos aqui para lhe oferecer um seguro de vida (Medicare) em condições muito vantajosas..
Ora… Acho isto inacreditável. Ou a Medicare mente e obteve o número por outra via ou a TVI aproveita os muitos milhares de números de telefone e dá (?) a informação a empresas para o seu marketing manhoso. Tudo isto me parece surreal e nojo é a palavra que mais me ocorre perante esta estratégia.”
Falta perceber o aparente silêncio das pessoas e das empresas envolvidas nestes esquemas. As figuras públicas expõem a vida nas redes sociais, mas neste caso não dizem nada. As empresas sempre prontas a defender as “marcas” que representam, deixam-se envolver em esquemas manhosos e agressivos de vendas e marketing, nem um comunicado sobre o assunto. E também achamos estranho que a Meta (dona do Facebook), sempre tão atenta aos conteúdos publicados, sempre pronta a censurar para “manter a comunidade segura” e feliz, não perceba que está a fazer negócio (com conteúdos patrocinados) que se destinam a lesar os utentes da rede social.
E mais não dizemos. Falta só chamar a polícia!