CARROS NOVOS COM ‘CAIXA NEGRA’

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2003

Todos os aviões têm, os automóveis não tinham mas vão passar a ter. Falamos da “caixa negra”, um aparelho que regista tudo o que se passa no veículo. É mais do que um tacógrafo (que está montado nos veículos pesados e só regista velocidades), não é tanto como o que existe nos aviões porque não regista conversas tidas a bordo.

A partir de julho deste ano, a “caixa negra” será obrigatória em todos os automóveis novos vendidos na União Europeia. A ideia já vem de 2022, mas a implementação tem sido adiada, até agora.

Tecnicamente, o aparelho chama-se EDR (Event data Recorder), vai fazer parte de todos os veículos de passageiros até nove lugares e veículos comerciais que não excedam os 3500 kg.

O EDR será mais uma ferramenta para a análise de acidentes e na atribuição de responsabilidades nesses acidentes.

Além de ser capaz de registar vários parâmetros antes da colisão e 0,3 segundos após o impacto, o EDR regista os dados de velocidade, travagem e até a resposta dos sistemas de segurança do automóvel.

Atualmente, recorre-se a serviços de peritagem para se perceber se o condutor circulava em excesso de velocidade antes do acidente. Com a caixa negra, este serviço deixa de ser necessário, uma vez que o veículo fornecerá essa informação. Além disso, é possível ficar-se a saber se os passageiros usavam todos cintos de segurança no momento do acidente — o que recorrendo ao serviço de peritagem é mais difícil de concluir. Outra mais-valia da caixa negra é que pode vir a permitir aos fabricantes de automóveis melhorarem os sistemas de segurança.

A caixa negra nos automóveis vai registar dados de telemetria, como:

  • A pressão no acelerador ou as rotações do motor
  • O ângulo de viragem e a velocidade angular em graus
  • A velocidade nos últimos 5 segundos
  • O recurso aos travões
  • A direção do Delta V (aceleração positiva ou negativa)
  • A ativação dos airbags e pré-tensores dos cintos
  • O uso dos cintos de segurança e as dimensões dos ocupantes
  • A variação da velocidade à qual o veículo foi submetido após o impacto
  • A aceleração longitudinal em metros por segundo ao quadrado

O que não sabemos é quanto vão encarecer os automóveis com mais este acessório.

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