As empresas proprietárias de redes sociais têm “sangue nas mãos” por não protegerem as crianças das crescentes ameaças de predação sexual nas suas plataformas.
A acusação foi proferida pelo senador republicano Lindsey Graham, numa audiência em que o Senado dos EUA interrogou Mark Zuckerberg, o dono da Meta, empresa proprietária de várias plataformas, nomeadamente o Facebook, Instagram, Messenger e LinkedIn.
Foi dito que as empresas de media social colocam os lucros acima dos interesses dos utentes, nomeadamente crianças.
Os senadores estão a interrogar os responsáveis das principais redes sociais globais, a saber, Facebook, X (Twitter), TikTok e Discord, entre outras.
As preocupações dos senadores prendem-se com aquilo a que se chama “sextortion” financeira, na qual um predador engana um menor para enviar fotos e vídeos explícitos, para depois comercializar essas imagens em redes de pornografia ou pedir às famílias das crianças somas avultadas pelo resgate das imagens.
No início da audiência, foi exibido um vídeo em que crianças falavam sobre terem sido vítimas nas redes sociais. Na sala de audiências, dezenas de pais seguravam fotos de seus filhos que, segundo eles, foram prejudicados devido às redes sociais.
Zuckerberg foi coagido a pedir desculpas, olhando diretamente para as pessoas que exibiam as fotos na audiência.
A maioria das empresas que gerem redes sociais revelam preocupações com a “segurança da comunidade”, implementaram algoritmos que filtram palavras e imagens que possam ser consideradas ameaçadoras para essa “segurança da comunidade”. O problema é que o algoritmo não distingue uma fotografia de um nu artístico de uma imagem pornográfica, não distingue ironia de ameaça, não distingue democracia de ditadura e, no final, acaba a censurar sem nexo.
Para as empresas, o problema que mais as preocupam é a questão financeira. No horizonte está a aprovação nos EUA de legislação que permita responsabilizar as empresas de modo a facilitar que as vítimas processem plataformas de tecnologia e lojas de aplicativos.E depois dos EUA, chegará a vez da Europa.