A Mercantilização da Saúde

Sempre que me apresento em público começo por reforçar que não sou anti-vacinas e que não me identifico com qualquer posição política ideológica, muito menos as de conotação extremista. Por tal, quando procuramos respostas para um determinado evento, principalmente com as dimensões e características do evento Covid, temos que ter a capacidade de olhar para o contexto socioeconómico da época e os pequenos acontecimentos que o antecederam.

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A História da Medicina é vasta e caótica. Se os sucessos, em particular os tecnológicos, sobressaem, facilmente se esquece que estes nasceram de imensos, e por vezes traumáticos, erros.

Para avaliarmos os nossos antepassados temos que, primeiro que tudo, tentar perceber no que acreditavam essas populações e qual os vieses cognitivos da época. Chegamos então facilmente à conclusão de que muitas das práticas que hoje são entendidas como disparatadas e “anti ciência”, na altura faziam bastante sentido.

Hannah Arendt defendia que a força sedutora dos regimes totalitários estava no conceito de progresso, amplamente aceite como motor da Humanidade. O problema é que este “progresso” já nada tinha a ver com a ideia iluminista de maturidade intelectual, de consciência política, mas com um caminhar sempre em frente, que é o motor do capitalismo moderno. Por tal, tanto os nazis como os estalinistas, sob o conceito de fim da História, apregoaram o nascimento de um “Homem Novo”, desprezando completamente a essência da Humanidade por si mesma imperfeita.

Por outras palavras: Ética?! O que é isso?

A relação entre os laboratórios de vírus e as armas biológicas: o ganho de função

O candidato presidencial independente às eleições norte-americanas e conhecido ativista social e ambiental, Robert Kennedy Jr. refere, no seu “The Whuan Cover-up”, que depois do 11 de Setembro de 2001 o financiamento para a investigação de armas biológicas explodiu, assim como o poder e o alcance das agências militares e de inteligência encarregadas de tal investigação.

Apresentada ao público como “preparação e resposta à pandemia” (PPR), a investigação em causa abrangeu principalmente tentativas de desenvolver agentes patogénicos perigosos e, ao mesmo tempo, na criação de contramedidas para os mesmos, sobretudo dentro da lógica tecnológica do modelo vacinal. Estaria a ser investido tanto dinheiro na PPR/armas biológicas que todas as agências de saúde pública e instituições académicas envolvidas na investigação governamental se tornaram dependentes deste objetivo. Ou seja, um pouco na mesma lógica dos fundos europeus, na medida em que há financiamento para construir estradas, de repente há um esforço coletivo, a nível nacional, regional e municipal, para construir de raiz, reabilitar ou simplesmente alcatroar qualquer projeto na gaveta que envolva vias públicas.

Parcerias público-privadas multinacionais e organizações não governamentais (por exemplo, a Fundação Bill & Melinda Gates e o Wellcome Trust) foram criadas para financiar e promover a necessidade de tal investigação.

No outono de 2019, um patogénico projetado por um dos laboratórios da China chegou à população. Todos os responsáveis militares, de inteligência e de saúde pública da China, EUA, Reino Unido, entre outros países, juntamente com os seus parceiros farmacêuticos e académicos, terão direcionado recursos para encobrir a fuga do laboratório, ao mesmo tempo que se preparavam para lançar as suas contramedidas no mundo.

No artigo “The Pathogenic Academic Lobby”, o biólogo Alex Washburne descreve como a história do Sars Cov 2 pode muito bem ter começado em 2011, quando o cientista Ron Fouchier e a sua equipa da Universidade Erasmus adquiriram uma estirpe da gripe aviária, altamente patogénica, e modificaram o vírus para ser mais infecioso em mamíferos.

A versão curta e condensada desta história é que alguns cientistas conduziram pesquisas arriscadas, com um ciclo de feedback positivo: quanto maiores os riscos assumidos, mais assustavam os gestores e mais financiamento recebiam.

Criaram-se dois grupos opostos: os que advogavam a continuação dos estudos de ganho de função, os Scientists for Science e, por oposição, o Grupo de Cambridge que entendia os riscos como superiores aos benefícios desta investigação e em 2014 conseguiu uma moratória que suspendeu estas investigações.

Nesta luta cheia de zonas cinzentas pelo progresso da humanidade, os académicos que defendiam o “ganho de função” foram adquirindo poder institucional, incluindo posições importantes na Wellcome Trust e no NIH/NIAID– Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infeciosas. Posteriormente pressionaram com sucesso Antony Fauci (pesquisador e chefe do NIAID) e Francis Collins (Director do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano) para anular a moratória  sobre o seu trabalho.  Após esta revogação, financiadores que vão desde o NIH e NIAID até à USAID – Agência dos Estados Unidos para o desenvolvimento Internacional, Wellcome Trust e a Fundação Gates apoiaram este trabalho, criando uma rede complexa de conflitos de interesses.

À medida que aumentavam as evidências de origem laboratorial do Sars Cov 2, Fauci e Collins recrutaram para a mesa de tomada de decisões alguns dos pesquisadores com mais conflitos de interesses do mundo: os chefes do Pathogenic Academic Lobby, co-fundadores da Scientists For Science, como Ron Fouchier, Christian Drosten e a colega, próxima de Peter Daszak (presidente da EcoHealth, ONG através da qual os estudos de ganho de função foram transferidos para Whuan), Marion Koopmans (que integrou a equipa da OMS que se deslocou a Whuan).

Os mesmos financiadores trabalharam ativamente para instigar, escrever artigos com autor fantasma e promover publicações, alegando que as teorias de origem do laboratório do vírus – suspeita que desde logo surgiu entre ativistas políticos e dissidentes chineses – eram “teorias da conspiração”. Neste campo, tivemos o Dr Fauci a apresentar o artigo  “Proximal Origin” (artigo que descartava a origem laboratorial do Sars Cov 2) na televisão nacional até Jeremy Farrar (então alto funcionário da Welcome Trust) a escrever aos editores na Nature, trazendo afiliados do Wellcome Trust para a “Declaração” de Daszak e usando a sua posição como chefe de um dos maiores financiadores de ciências da saúde do mundo para promover artigos que ele ajudou a escrever como fantasma, artigos que chamam as teorias de origem laboratorial de “teorias da conspiração”, uma origem laboratorial “implausível”, tudo sem revelar os laços do Wellcome Trust com Daszak e os laboratórios em questão. O autor de Origem Proximal, Kristian Andersen, recebeu uma doação de 9 milhões de dólares do NIAID do Dr. Fauci logo após escrever o artigo solicitado pelo próprio Dr Fauci.

Autores e investigadores independentes começaram a reunir documentação que suportasse a hipótese de fuga de laboratório. O Scientists for Science, Daszak e outros colegas começaram então a usar a sua rede de influências junto dos média nacionais (artigos no The Guardian, New York Times e outros) para suprimir a dissidência, intimidar a oposição e montar uma campanha de desinformação de alcance académico sem precedentes.

Em 2020 não era pública esta “guerra” entre cientistas. Podem, porém, “especular” que – no contexto da guerra comercial EUA-China, a pouca informação confiável que vinha dos chineses e o posterior entendimento que mais que a doença Covid foi a intubação excessiva que provocou o excesso de mortes na primeira metade de 2020 – ser bastante provável que tenha havido um enviesamento de realidade por parte das altas entidades da defesa em relação à gravidade da doença Covid. Se primeiro o tentaram esconder, rapidamente se terá aproveitado deste contexto para implementar contramedidas para gerir a crise na comunidade e tirar força e capital político a  um Presidente dos EUA incontrolável.

O Sars Cov 2 veio-se a revelar um vírus essencialmente benigno em jovens, mas particularmente fatal em pessoas em fim de vida. O repórter de investigação Alex Berenson acrescenta ainda que o Chefe da Equipa da FDA- Food and Drud Administration que regularia a vacina era Dr Peter Marks. A mesma pessoa que esteve envolvida na Operação Warp Speed, assinada pelo Presidente Donal Trump, que permitiu o desenvolvimento de vacinas em tempo record.  O próprio Trump teria lobistas da Pfizer e da J&J na sua administração.

(continua)

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