19 cidades portuguesas foram palco de manifestações simultâneas organizadas pela plataforma Casa Para Viver. O tema da habitação vai marcar a campanha eleitoral das eleições de 10 de março mas só a esquerda parece dar importância ao assunto. A maioria dos partidos de esquerda estiveram presentes, pelo menos em Lisboa e Porto. Nenhum partido da direita apareceu.
Milhares de pessoas saíram este sábado à rua para um protesto pelo direito à habitação, quando os preços de venda ou aluguer de casas atingiram já custos insuportáveis. Num país onde uma larga fatia da mão-de-obra recebe salário mínimo nacional, o drama de conseguir uma casa para viver marca a vida de dezenas de milhar de pessoas, maioritariamente jovens.
Em Albufeira, Aveiro, Beja, Benavente, Braga, Coimbra, Covilhã, Évora, Faro, Funchal, Lagos, Leiria, Lisboa, Portalegre, Portimão, Porto, Setúbal, Sines e Viseu, os manifestantes exigiram políticas sociais para o problema da habitação
“Continuamos a ter de lutar para chegar ao fim do mês, com salários miseráveis, sem conseguir comprar casa ou arrendar casa e sem dinheiro para viver dignamente. Temos de partilhar casa até aos quarenta anos e somos empurrados para longe dos centros das cidades, condenados a perder duas e três horas cada dia apenas em viagens, a viver em sobrelotação, em casas sem condições adequadas, ou em pânico perante a ausência de alternativas quando o proprietário resolve não renovar o contrato. Somos vítimas de despejo para dar lugar a hotéis, investimentos turísticos e condomínios de luxo”, é o discurso de quem organizou as manifestações que marcaram o dia.