PELA CULTURA SE DISTINGUEM OS POVOS

Vi com atenção as duas tragédias que tornaram o primeiro dia deste novo ano numa data de grandes desgraças no Império do Sol Nascente.

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Primeiro, foi o grande tremor de terra, grau 7,6 na escala de Richter, em toda a costa ocidental, vindo de grande profundidade e com centenas de réplicas (cada uma um tremendo terramoto).

Quem apenas olha para o número de mortos e feridos, pode pensar que se trata de um terramoto inferior ao de Lisboa, de 1755. Porém, não é o caso. O que foi diferente, foi a tipologia da construção dos prédios e a disciplina japonesa em cumprir as regras estipuladas na construção. No Japão, há muito os arquitectos e construtores são responsáveis pelas suas obras. As licenças de construção não são “compráveis” porque a ética nipónica não o permite.

A meu ver, o que de momento está a acontecer no Japão, embora muito triste, é uma vitória da ética profissional japonesa, que se impôs abertamente contra a ganância e assim os estragos são muito menores do que se poderia esperar.

Também o desastre da aviação no aeroporto japonês, revelou uma disciplina impecável, salvando-se as centenas de passageiros e tripulantes a bordo do grande avião, que, em poucos minutos, foi engolido pelas chamas.

Não ouve quase pânico a bordo. Tanto a tripulação como os passageiros evitaram a gritaria e egocentrismos. Todos perceberam a necessidade de imediatamente se levantarem e saírem pelos escorregas, deixando as bagagens de mão no avião. Muito possivelmente os sapatos também. Caso único, desta dimensão, a nível global!

Levanto-me, em respeito, pela cultura japonesa que conseguiu triunfar nestes segundos onde se decidiu o grau da catástrofe para tantos.

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