Quando Karim Benzema disse, nas redes sociais, apoiar a causa palestiniana, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, reagiu dizendo que Benzema é afiliado na Irmandade Muçulmana. “Karim Benzema tem ligações notórias, todos sabemos, com a Irmandade Muçulmana”, declarou o ministro no dia 16 de outubro na rede de televisão ‘CNews’.
O que Benzema fez foi escrever na rede X (Twitter) que rezava pelos “habitantes de Gaza, vítimas mais uma vez de bombardeios injustos que não poupam mulheres nem crianças”, uma verdade indesmentível.
Dois dias depois da acusação do ministro, Benzema, vencedor da Bola de Ouro de 2022, negou através do seu advogado, ter alguma ligação com a organização islamita radical, criada no Egito. “Isso é falso! Karim Benzema nunca teve a menor relação com esta organização”, disse o advogado Hugues Vigier em comunicado.
“Rezar pelas populações civis sob bombas que não poupam mulheres nem crianças obviamente não constitui nem ‘propaganda para o Hamas’, nem ‘cumplicidade com o terrorismo, nem atos de colaboração'”, dizia ainda o comunicado.
Karim Benzema avançou para os tribunais franceses, em busca de reparação. O futebolista, que joga agora no Al Ittihad da Arábia Saudita, no passado dia 16 apresentou queixa no Tribunal de Justiça da República, único tribunal autorizado a processar e julgar membros do governo. A informação é adiantada pelo jornal francês RTL.
Segundo foi noticiado, a queixa fundamenta-se na inexistência factual de qualquer ligação com a irmandade Muçulmana e com os prejuízos sofridos com tal acusação, na honra e na reputação de Benzema. O futebolista diz-se vítima de “exploração política”, diz que a intenção do ministro parece ser a de criar divisões entre os franceses, de modo a excluir os que não pensam segundo a ortodoxia do Estado.