ANDAR DE ELÉTRICO

Andar de elétrico já não é o que era. Dantes, apanhavamos um elétrico quando queriamos ir à Baixa de Lisboa, ou ao centro de Coimbra ou à Batalha, no Porto. Era o transporte público mais popular, mas não se podia ter pressa.

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Fomos experimentar um Polestar 2. A marca não consta na lista dos 10+ vendidos em Portugal, a não ser que os números da Polestar estejam incluídos nas vendas da Volvo. A Polestar é uma marca subsidiária da Volvo.

O Polestar 2 é um carro muito bom. Confortável e seguro, proporcionou sempre uma condução agradável em estrada, autoestrada e urbana, mesmo sob condições ambientais agrestes, com muita chuva e frio.

Fabricado na China, é um daqueles exemplos que desmente o preconceito de que a indústria chinesa só produz mediocridades. Aliás, já há muito tempo que isso não é verdade. Basta dizer que a Volvo foi comprada pelos chineses há décadas e não foi por isso que deixou de fazer bons carros. Ou bastaria dizer que todas as principais construtoras automóveis fabricam na China onde, por exemplo, a Tesla tem a sua principal fábrica.

O veículo vem equipado com eletrónica q.b., desde as ajudas ao estacionamento em 360 graus aos avisos sobre limites de velocidade na estrada ou rua em que se circula. Um dos aspetos mais bonitos (até um pouco distrativo, talvez) é a projeção no tablier do mapa de estradas. Muito bonito. Ao centro, um tablet de boas proporções serve de verdadeira consola de comandos, desde a sintonização de canais de rádio aos modos de condução mais ou menos desportiva.

Sobre o Polestar 2, apenas um reparo. Em dois dias fizemos um pouco mais de 300 quilómetros. Pegámos no carro com as baterias a cerca de 85% (autonomia um pouco acima dos 400 kms) e ao final do primeiro dia, com 200 kms feitos, a carga rondava os 40%. Carregou durante 8 horas, numa tomada caseira. Carregou até aos 75%. Na noite seguinte, esteve 10 horas ligado à corrente e carregou sensivelmente o mesmo. Ou seja, parece-nos que é um processo demasiado lento e que pode complicar a vida das pessoas se houver uma emergência. Para um carro que custa mais de 54 mil euros…

Claro que nada disto parece atrapalhar o sucesso dos veículos elétricos (EV). A venda de automóveis elétricos aumentou mais de 100% o ano passado, em Portugal. A estatística diz que foram vendidos 36.390 veículos ligeiros de passageiros elétricos durante os 12 meses do ano passado. Se aos EV somarmos os híbridos e híbridos plug-in foram matriculados 92.395 carros novos, em 2023.

As marcas mais vendidas foram a Tesla com 9329 unidades (+256,3% em relação a 2022); a BMW com 3480 (+137,9%) e a Peugeot com 2471 (+54%). Depois vêm a Mercedes-Benz, Volkswagen, Renault: 1686, Audi: 1624 (+92,4%), Volvo: 1353 (+114,1%), Dacia e, em décimo lugar, a Citroën.

O futuro é elétrico, com ou sem baterias de lítio. Esperemos que sem. Os veículos elétricos não podem ser uma agressão ambiental. É fundamental que o desenvolvimento tecnológico consiga evitar que a mobilidade esteja dependente da mineração de minérios.

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