RÁDIO ESPERANÇA

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À porta de um edifico azul, na Rua Cascais (a vila portuguesa ofereceu o equipamento da rádio e uma biblioteca com 50 mil livros, notícia de 2018…) conversava um grupo de jovens. Foram-me apresentados como “radialistas da rádio comunitária de Bolama”.

Um deles, Tumane Danso, o mais falador, disse-me orgulhoso ser o jornalista de serviço. Perguntei-me porque gostava de ser jornalista e ele respondeu-me : “gosto, porque considero o jornalismo um curso de diplomacia e porque é a forma de eu dar a minha contribuição no processo de desenvolvimento de Bolama”.

Perguntei-lhe ainda qual o maior desafio, ao que ele respondeu ” É não dar ouvidos às vozes que nos desmotivam de ser jornalista”.

Tive direito a visita guiada às instalações da radio, por outro jornalista, Abdul Cassamá. São três salas: o estúdio, a sala onde está o emissor e uma outra sala de reuniões/redação.

A Rádio Esperança de Bolama funciona todos os dias das 16h45m às 23h, dá notícias e tem programas de música e temáticos que promovem temas como saúde e ambiente. É feita voluntariamente – só ganham se houver receitas … – e emite em 106.6 Mhz.

A rádio aqui é mesmo importante, a maior parte da população não sabe ler, mas ouve-se rádio. Na rua, é frequente encontrar pequenos grupos de pessoas a ouvir rádio.

Nesse mesmo dia, em Bissau, o Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau manifestava preocupação com a situação da imprensa no pais e denunciava pressões.

É extraordinário ver jovens a acreditar que o jornalismo pode contribuir para um mundo melhor.

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