EM ESTADO DE RUÍNA

O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão é tão antigo quanto a nacionalidade. As primeiras referências a este mosteiro são de meados do século XII, precisamente quando Afonso Henriques andava a lutar pela independência do território.

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Digamos que sempre foi propriedade privada, ou da nobreza ou do clero. Ainda hoje é propriedade privada, mas classificada como Monumento Nacional por decreto nº 5/2002, de 19 de fevereiro, que identifica, também, a respetiva zona de proteção.

O Estado assumiu um compromisso que não está a cumprir. O estado de degradação do edifício é notável, exceção da igreja que teve algumas obras de manutenção interrompidas a meio do processo.

A recuperação total do mosteiro deve ser obra para largos milhões de euros. A autarquia não deve ter tanto dinheiro, o Estado não parece ter a vontade necessária. Há cerca de 2 anos, a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural visitou o local e arrastou consigo a RTP.

Foi a oportunidade para a governante mostrar empenho nas tarefas que lhe foram atribuídas. Nesse dia, havia obras de recuperação para mostrar na televisão. Obras que se limitavam à igreja, mas era o começo de alguma coisa. Meses depois, as obras foram interrompidas. Meio milhão de euros gastos e o sítio continua a ser uma ruína.

O Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão teve o seu fim enquanto casa monástica em maio de 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal. O conjunto edificado e as propriedades anexas foram vendidos a particulares. A pouco e pouco, todo o recheio das casas foi disperso. O edifício entrou em decaimento e dele foram retirados vários elementos da arquitetura, como por exemplo os azulejos, a guarda da escadaria interior ou as telhas da cobertura da igreja.

O Mosteiro foi comprado pelos atuais proprietários em 1965, em hasta pública. Estava já em avançado estado de degradação. Quando o estado classificou o imóvel como Monumento Nacional, os proprietários e os autarcas acreditaram que era a salvação do local. Mas não foi. Pelo menos, ainda não foi. Faltou uma “bazuca” qualquer da Europa apontada para a recuperação do património histórico edificado. Recuperado, podia ser hotel, centro cultural, escola, lar, o que fizesse mais falta à região. Assim, não serve para nada.

Nota da redação: contactamos os proprietários do Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, a quem colocámos algumas perguntas sobre o estado a que o local chegou. As respostas não chegaram a tempo desta publicação. Mas, se recebermos resposta às questões colocadas, voltaremos a falar deste assunto.

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