O desaparecimento de Melodie Mendes da Silva foi primeiro considerado rapto ou sequestro e a polícia francesa não se coibiu de espalhar a cara dela pelas ruas de Marselha, na tentativa de que alguém pudesse dar algum pormenor relevante para que fosse encontrada e salva.
Familiares, amigos, vizinhos e outros que se solidarizaram, participaram em manifestações pelas ruas de Marselha, na tentativa de sensibilizar os eventuais sequestradores a libertar a senhora. Esta história emocionou a opinião pública francesa, que a seguiu nos noticiários televisivos e jornais como se fosse uma novela.
Mas, agora, seis semanas depois do desaparecimento, o corpo de Melodie foi encontrado. A polícia acusa o amante pelo assassinato.
Sabia-se que ela tinha saído de casa dia 3 de novembro, ao final da tarde, porque havia imagens da câmara de vigilância do prédio onde Melodie vivia com o marido e os dois filhos.
As investigações policiais destaparam vários casos de infidelidade conjugal, tanto do marido como da vítima, descobriu-se quem era o amante de Melodie e suspeitou-se que tivesse sido ele a matá-la. O homem tinha sido visto próximo do domicílio da vítima, no dia do desaparecimento, e foi dos últimos interlocutores a ter estabelecido contacto telefónico com ela. Alguns familiares de Melodie sabiam desta relação extraconjugal, mas o marido mostrou-se surpreendido.
Ontem, durante o interrogatório policial, o amante confessou o crime e indicou o local onde tinha escondido o corpo, a cerca de 20 quilómetros de Marselha, na serra de Sainte Baume. Falta saber as razões que levaram o homem a disparar vários tiros contra Melodie. Ele alega ter sido um ato tresloucado, sem premeditação.
Melodie Mendes da Silva tinha nacionalidade portuguesa, embora já tivesse nascido em França e descendesse de uma família cabo-verdiana, da ilha de Santiago.