Desde 1948 (quando foi declarada unilateralmente a independência de Israel) que Israel tem andado a ocupar territórios onde vivem palestinianos. Invocando uma espécie de direito divino, alegadas razões históricas, a necessidade de autodefesa, Israel afasta de si os palestinianos, expulsa-os de casa, mata-os.
O que aconteceu em 7 de outubro, quando guerrilheiros do Hamas atacaram colonatos vizinhos de Gaza, não nasceu do vácuo (como afirmou Guterres). Tem raízes nessa opressão.
O ataque do Hamas serviu de pretexto para Netanyahu mandar avançar as tropas, declarar guerra e, assim, evitar o colapso do seu governo que estava iminente, por razões da política interna de Israel.
Dias antes, ainda em setembro, Netanyahu tinha estado na Assembleia Geral das Nações Unidas a mostrar o seu mapa do “novo Médio-Oriente”. Sem a Palestina. No novo mapa, tudo é Israel.
Depois de 7 de outubro, o exército israelita tem andado a matar a eito. Não importa quem sejam as vítimas, desde que sejam palestinianas. O número de mortos andará perto dos 20 mil. Estima-se que 25% das vítimas sejam crianças. Ou seja, 5 mil crianças mortas.
O que está em marcha é a implementação do Grande Israel, como facto consumado. Os radicais e a extrema-direita israelita não querem respirar o mesmo ar dos palestinianos. No fim da linha, o próprio Netanyahu quer Gaza só para ele.