PRÉMIOS ESTORIL-SOL 2023 para enaltecer as letras

A cerimónia de entrega de prémios literários e do Prémio Cidadania Cultural, realizada, ao final da tarde do dia 7, no auditório do Casino Estoril, foi mais do que mera cerimónia: foi um grito! Grito no sentido próprio do termo: brado de alerta, chamamento de alguém em aflição.

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Num discurso de 13 minutos, acentuou Mário Assis Ferreira, em nome da Estoril-Sol, a entidade promotora dos certames, que a cerimónia consubstanciava a coroação dum programa de intervenção cultural, levado intransigentemente a cabo, mau grado as situações mais adversas por que se vem passando. Quer a Estoril-Sol – com a revista Egoísta, com a galeria de arte (teve uma palavra de saudosa homenagem ao seu dinamizador Nuno Lima de Carvalho) e mediante estes prémios – continuar a contribuir para a renovação da paisagem cultural, nomeadamente literária, nacional:

«A promoção da Cultura é uma marca d’água que há muito nos acompanha e de que, neste dealbar de nova concessão que nos foi outorgada, não queremos prescindir», sublinhou.

Dos premiados falaram também o presidente do júri, Guilherme d’Oliveira Martins e eles próprios.

Teresa Veiga foi galardoada com o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa Luís, pelo seu livro O Senhor d’Além, de que se louvou a exemplar sobriedade estilística, considerando o livro um «elogio à arte de bem escrever». Marco Pacheco apresentara a concurso o livro «A Guerra Prometida»: «uma história familiar e social de grande alcance humano», engendrada a partir da iniciativa empresarial de Francisco Grandella, homem de grande capacidade de correr riscos.

Graça Morais, a «exilada em Bragança» (esteve na sessão o presidente do Município brigantino), representa para mim essa vontade enorme e digna de fazer olhar para o interior do País. Dela se acentuou o seu permanente apego aos outros, às tradições, à Natureza, a sua enorme solidariedade para com as outras mulheres.

Após a entrega dos galardões e dos sobrescritos com o valor do prémio, respectivamente pelo presidente do júri e por Mário Assis Ferreira, disseram os premiados de sua justiça.

Teresa Veiga, em dois minutos, mostrou-se «grata e honrada», evocou Namora e declarou: ‘«Sou apenas uma contadora de histórias».

Marco Pacheco: 10 minutos de intervenção, que deve ter sido interessante, mas que, por ter falado tão rápido e nada silabado, decerto não logrou ser cabalmente entendido pela assistência. Percebi, no entanto, que contou como chegara à publicidade, actividade a que profissionalmente ora se dedica; que o livro até consubstancia uma ‘parte autobiográfica’, para além da história de Francisco Grandella e dos seus Armazéns, afirmando, a terminar, que tem aprendido muito, mormente a partir do momento, se bem compreendi, em que o seu cérebro «começou a perceber o mundo e a desconfiar dele».

Falou três minutos Graça Morais, a partilhar com todos a honra de estar a ser homenageada como «Mulher, Artista e  Cidadã», «num mundo cada vez mais avesso à Cultura».

Seguiu-se um jantar de confraternização, em honra dos premiados, que reuniu no Restaurante Zeno Lounge, do Casino, cerca de meia centena de convidados, pessoas ligadas, de modo especial, à Literatura e à Cultura em geral.

Fotos da cerimónia de Conceição Alves gentilmente cedidas pelo Gabinete de Imprensa do Casino Estoril

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