Na floresta brasileira, os índios andam nus. No palco onde se representa a peça Uirapuru, os atores também estão quase nus.
O autor inspirou-se no imaginário indígena, na espiritualidade desses povos, nas figuras mitológicas com histórias que os mais velhos passam aos mais novos, de geração em geração.

Uirapuru é um pássaro que canta como nenhum outro. O nome pertence ao dialeto tupi-guarani e significa “homem transformado em pássaro”. É um pássaro que nunca ninguém viu, mas que todos escutam quando canta nas profundezas da mata.

Os que ontem foram ao São Luiz, teatro municipal de Lisboa, escutaram, também, certamente, o Uirapuru cantar. Os que não foram, talvez possam ir hoje, se ainda houver bilhetes.
