‘É extraordinário ver demónios em palco’

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A morte do encenador de teatro Carlos Avilez, aos 86 anos, surpreendeu-nos a todos. Ainda há 5 dias estreou a peça Electra de Eugene O’Neill, que Avilez encenou e que está em cena no novo Auditório Academia das Artes, no Monte Estoril. E há pouco mais de uma semana, o Teatro Experimental de Cascais (TEC), que Avilez fundou, festejou 58 anos de atividade. Estávamos em celebrações sucessivas e aconteceu isto…

Com a notícia do falecimento de Carlos Avilez, a coordenação do TEC suspendeu as sessões, que retomarão a 30 de Novembro.

“É tempo de refletir e deixar toda a equipa, pessoas envolvidas e todos os amantes de teatro processarem esta perda”, diz o comunicado do TEC, onde lembra o percurso do seu fundador, desde o Teatro Nacional S. João, ao D. Maria II, até à criação da Escola Profissional de Teatro de Cascais (EPTC).

Avilez não deixa apenas assinatura em enormes realizações cénicas, mais do que isso, deixou-nos gerações de atores. A EPTC é uma escola integrada no sistema público de ensino que proporcionou o acesso aos palcos a jovens de todas as classes sociais.

E são esses alunos e antigos alunos da EPTC quem mais sentem a perda. Fica aqui um exemplo, de quem se lembra que “é extraordinário ver demónios em palco, ninguém quer ver caras bonitas. Foi tanto o que foi vivenciado em três simples anos que parece impossível de acreditar! Tudo graças a esta Escola. Tudo graças ao Carlos Avilez.”

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