UMA ‘AVENTURA’ NA CARRIS METROPOLITANA

A meio do dia, o autocarro da Carris Metropolitana viajava quase vazio. Apenas meia dúzia de passageiros, alguns velhotes e uma maioria de estudantes do secundário que iam para casa depois das aulas que só os ocupam numa parte da jornada.

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O sinal de paragem era acionado e o motorista parava em todas as paragens. Ninguém saía. Aconteceu uma vez, duas, três, quatro, cinco… até que o homem começou a desconfiar que alguém estava a gozar com ele. Seriam os miúdos, naquela idade em que se acham com muita graça quando fazem patetices?

O motorista começou a olhar com frequência pelo espelho retrovisor apontado para a galeria do veículo. Tinha de apanhar o engraçadinho. Mas o sinal soava, ele parava, ninguém saía. Até que olhou para o velhote que ia na primeira fila, encostado à janela do lado direito. E ouvimos ele dizer-lhe:

– O senhor tem de tirar o cotovelo do parapeito…

O velhote estremeceu ligeiramente, surpreendido. Tirou o braço e reparou no botão de “stop” que está colocado no parapeito, virado para cima.

Todos os outros botões estão colocados no “esqueleto” metálico que serve também para os passageiros se equilibrarem quando se levantam ainda com o veículo em andamento. Todos os botões, menos aquele.

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