Há dias, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que tinha visto “fotos de terroristas decapitando crianças” em Israel. Biden nunca viu essas fotos, porque não existem. Mesmo as Forças de Defesa de Israel tiveram de admitir que não têm provas das alegações de que o Hamas decapitou 40 bebês no dia 7 de outubro.
Mas a mensagem tornou-se viral. Os media europeus e americanos embarcaram nessa ação de propaganda israelita. Não é possível afirmar se o fizeram conscientemente ou se foi “apenas” por incompetência, fidelidade ideológica ou compadrio.
Tal como noutras guerras, atuais ou passadas, os media do sistema repetem afirmações de fontes próximas dos governos, sem se preocuparem em confirmar a veracidade do que publicam. Neste caso de Gaza, aceitam culpabilizar o Hamas em particular e os palestinianos em geral, pelos pecados do mundo.
Em Gaza estão 2 milhões de pessoas a serem aleatoriamente mortas por soldados que disparam mísseis a quilómetros de distância, friamente. E por políticos que, friamente, decidem matar à fome e à sede aqueles que escaparem às bombas.
Agora, Israel bombardeou um hospital. Há centenas de mortos, centenas de feridos. E o Presidente dos EUA diz que não foram os judeus a lançar aquela bomba.
O lado palestiniano exibe sem pudor os efeitos deste bombardeamento. No local onde a bomba caiu, no pátio do hospital, no meio dos corpos, uma conferência de imprensa de médicos que se recusam a abandonar os feridos.