O Hamas divulgou um vídeo onde três mulheres reféns apelam ao primeiro-ministro israelita para negociar a libertação de todos os reféns.
Na declaração, a refém que fala afirma que Netanyahu é o principal responsável pelo que sucedeu em 7 de outubro e o único responsável pela morte dos reféns, caso isso venha a suceder.
Sendo previsível que este vídeo seja censurado no YouTube, usem este link para a rede Telegram e poderão visionar as declarações em causa.
Em Israel e nos meios ocidentais que apoiam o governo israelita na retaliação militar que está em curso na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, o vídeo é considerado uma ação de propaganda e as palavras da refém não terão relevância, por ela ser refém e poder estar a dizer o que diz sob ameaça dos sequestradores.
É possível, mas não parece que seja assim. Não só porque ela fala de improviso, mas também porque toda a sua expressão corporal transmite convicção, raiva e desespero. Ou seja, parece estar a dizer o que sente e não a ler um ditado.
Note-se ainda que nenhuma das três mulheres que estão neste vídeo tem sinais visíveis de maus tratos ou de carência alimentar, mesmo que estejam a viver uma experiência terrível, até porque deverão sentir as bombas lançadas pelo exército israelita a cair nas imediações do local onde estão sob sequestro.
O que parece perverso é que, na “resolução” de fracturas irremediáveis do passado, sejam sempre inocentes a sofrer as consequências no presente.
A filosofia política destes líderes leva assim a História por caminhos de gerações sucessivas de vingança.
Parece que a libertação destes reféns seria um acto de superior inteligência. Eles nada fizeram para merecer o trauma psicológico do cativeiro.
Estando ou não coagida esta senhora a dizer o que diz (não conseguimos ouvir) a libertação já devia ter sido negociada.
Pode ver o vídeo no Telegram – https://t.me/duaslinhas/859