Depois dos EUA, a Alemanha talvez seja o principal fornecedor de armamento à Ucrânia. Além do famoso tanque Leopard, construído pela empresa Krauss-Maffei, armado pela Rheinmetall e motorizado pela MTU Friedrichshafen, a Alemanha fornece blindados Marder e munições em barda. Como não se trata de doações, a dívida ucraniana já deve atingir números galácticos que, na verdade, ninguém imagina como vai ser paga.
Ao mesmo tempo que a Alemanha vende armamento, vende igualmente material médico. Entre as empresas alemãs que se destacam nesta área, está o nome OttoBock, num extenso rol de fornecedores. A guerra já se transformou num negócio multimilionário para tudo o que é fabricante, traficante, intermediário, comissionista ou contrabandista de armamento, rações de combate, ansiolíticos e… próteses.
OttoBock é uma empresa fabricante de produtos médicos, nomeadamente próteses, órteses e cadeiras de rodas tecnologicamente avançadas. É igualmente dinheiro em caixa, uma vez que se estima que mais de 50 mil pessoas tenham ficado amputadas de um ou mais membros, desde que a guerra começou, na Ucrânia.
Mas, é muito curioso vermos o que foi publicado no jornal norte-americano Wall Street Journal. A OttoBock também fornecia os seus produtos à Rússia, igualmente com um elevado número de amputados, quer militares quer civis. O negócio com a Rússia foi interrompido subitamente, quando o jornal americano o destapou.
Claro que os negócios com a Rússia eram feitos “indiretamente”, mas é para isso que servem os intermediários. Nos pormenores, os alemães revelam-se tipos com grande pragmatismo e fiéis à máxima “o dinheiro não tem cor”.
Para algumas pessoas, a guerra não precisa de ser um drama.