Primeiro inventaram que o homem corria o risco de ser chicoteado. Agora desmentem-se. Mas ninguém pede desculpa pelas porcarias que nos tentam impingir. O caso das alegadas chicotadas prometidas a Cristiano Ronaldo é paradigma do estado a que a informação noticiosa chegou.
Na imprensa, as frivolidades sempre venderam bem. No tempo do papel, alguns patrões fizeram fortuna a vender trampa impressa, como foi o caso da revista Maria, por exemplo. A faturação fez com que outros se interessassem pelo estilo e a coisa disseminou-se. Hoje, o lifestyle está por todo o lado.
Apostamos singelo contra dobrado como o tema já foi dissecado nos canais de televisão dedicados a estes temas mais mundanos ou nos sites dos jornais de referência.
Como exemplos, mostramos o diz-que-disse no Jornal de Notícias e no Observador. E depois querem que a malta pague para ler isto.
Quanto às chibatadas, seriam devidas por Cristiano Ronaldo ter abraçado e beijado na testa uma senhora iraniana, quando a equipa do Al-Nassr foi ao Irão jogar.
Fatemeh Hamami, uma artista iraniana que tem 85% do corpo paralisado e pinta quadros com os pés, ofereceu um quadro a Ronaldo que lhe agradeceu com o abraço e o beijo.
Foi publicado que se tratava de “gesto proibido no Irão e considerado um ato de adultério, uma vez que Cristiano Ronaldo é casado com Georgina Rodríguez e a pena nesse país é de 100 chicotadas”.
A lei iraniana pode não prestar, mas ninguém confirmou antes a história das chibatadas. Era coisa para mais likes que chibatadas e que se lixe o interesse público e a verdade dos factos. Foi de tal modo que a embaixada do Irão em Madrid teve de desmentir que houvesse algum processo contra Cristiano Ronaldo por ofensas à moral e aos bons costumes.
Depois das chibatadas, já inventaram outra: