Não é pouca coisa. O Hong Kong and Shanghai Banking Corporation (HSBC) é o sexto maior banco mundial, em termos de ativos sob gestão. Esta decisão vai empurrar a Rússia ainda mais para os braços da China. O HSBC cumpre, assim, mais um passo na estratégia de minar a economia da Rússia. Se não a conseguem vencer pelas armas, vão tentar estrangulá-la pela economia.
O HSBC é o exemplo acabado da hipocrisia capitalista. Trata-se de um banco antigo, fundado em 1865 na colónia britânica de Hong Kong, na China. Nessa época, o banco dedicou-se a financiar o tráfico de ópio do Extremo Oriente para a Europa, principalmente para Inglaterra. Alguns anos antes dos ingleses terem sido obrigados a devolver Hong Kong à China, o banco mudou a sede para Londres, mas manteve a atividade na praça financeira de Hong Kong.
Em fevereiro de 2015, o HSBC foi denunciado no escândalo SwissLeaks. Na altura, ficou exposto publicamente um esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de droga e de armas. Notórios bandidos, mas também políticos e celebridades do jet-7 mundial, eram alguns dos detentores de 5.549 contas bancárias que engordavam à conta de esquemas ilegais.
Segundo informações do serviço de notícias financeiras japonês Nikkei, os clientes do HSBC em Hong Kong foram informados de que as restrições se aplicariam a partir de 27 de outubro. Esta é uma decisão política, não tem rigorosamente nada a ver com questões financeiras.
Na sequência da invasão da Ucrânia, o Ocidente bloqueou o acesso de vários bancos russos ao sistema internacional de pagamentos SWIFT e foram sequestrados cerca de 300 mil milhões de dólares das reservas do banco central russo.
No entanto, nem todos os laços com a Rússia foram cortados e o comércio continua, apesar das sanções. A Alemanha, por exemplo, continua a comprar gás à Rússia. Mesmo a Ucrânia continua a importar produtos derivados do petróleo produzidos na Rússia. Segundo a Reuters, bancos europeus como, por exemplo, o UniCredit e o Raiffeisen Bank International, mantêm a atividade normal com a Rússia.
Os EUA são o principal mentor das políticas de sanções contra a Rússia. Já a China, aprofundou os laços económicos com a Rússia e tem vindo a ocupar os lugares deixados vagos pelas empresas ocidentais.
fontes: Reuters, SwissLeaks