O AUTOCARRO QUE NÃO PASSOU

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A Carris Metropolitana é uma grande ideia que precisava de ter melhores gestores. Talvez não os gestores de topo, mas com toda a certeza os gestores da rede de autocarros. As queixas de mau funcionamento são frequentes. Atrasos e condutores que inventam percursos, são as mais frequentes.

Há dias, a carreira 1252 que faz o percurso entre a Portela de Sintra e Ranholas, no concelho de Sintra, não existiu. Não foi o caso de um autocarro avariar, não foi o caso de um atraso. Não houve nenhum autocarro a efetuar a carreira 1252.

Recolhemos testemunhos de utentes que estiveram horas à espera nas paragens, por um autocarro que nunca passou. Houve quem se tivesse aventurado a uma caminhada de alguns quilómetros, houve quem teve de chamar um táxi ou um ‘uber’, houve quem tivesse desistido do que tinha para fazer.

Utentes da carris Metropolitana protegem-se do sol encostados à sombra de autocarros parados na estação da Portela de Sintra

Nesse dia 11 de setembro, os utentes esperaram horas por algo que não aconteceu. Horas em pé, encostados a um muro ou abrigados numa sombra ocasional, como demonstram as fotografias que publicamos.

A carreira 1252 é essencial para os alunos do Centro de Formação do IEFP em Ranholas. É a única que passa nas proximidades da escola. Sem esse meio de transporte, os alunos não conseguem chegar facilmente à escola. Nem conseguem sair.

Nesse centro de formação, recolhemos também alguns testemunhos de pessoas que pretendiam voltar à Portela de Sintra para apanhar o transporte para Mafra e que tiveram de caminhar alguns quilómetros para apanhar outro autocarro que os levasse a Cascais ou ao Estoril, onde poderiam apanhar um comboio para Lisboa e daí, finalmente, chegar a Mafra. São demasiados transtornos para quem precisa de utilizar transportes públicos.

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