Com texto e design de Viktor Tegner e poemas de Pierre Sotér, este registo de fotografias em livro pretende ser mais uma vez um alerta para o passado mais negro da recente história mundial que, defende o fotojornalista, não pode ser esquecido.

Ladeado de dois amigos próximos, o escritor Alexandre Faria e o neuropsicólogo Vasco Catarino Soares, José Lorvão, um assumido interessado na História da II Guerra Mundial, lembrou que foi ao acompanhar um evento desportivo em Cracóvia, no ano de 2020, que surgiu a oportunidade de visitar o antigo campo de concentração nazi, hoje museu e memorial.
Admitiu ainda que “o tempo ficou todo para trás” tendo fotografado “avidamente” até recantos que os responsáveis pelo espaço pedem que não sejam fotografados. Em sinal de respeito pelo espaço e por tudo que simboliza, acrescentou, levou o material mínimo fotográfico para fazer um trabalho exímio a preto e branco (uma paixão assumida). “Senti-me invisível”, declarou aos presentes.

Ajudar no livro “foi uma suave cilada”, declarou Alexandre Faria, advogado e escritor, cuja amizade de longa data pelo fotojornalista o levou a declarar José Lorvão “um dos melhores fotojornalistas portugueses de todos os tempos”. A propósito do tema tratado no livro, lembrou que “o ser humano continua a ser o seu pior inimigo”, lembrando os conflitos que ainda hoje deflagram um pouco por todo o mundo no século XXI.

O neuropsicólogo Vasco Catarino Soares lembrou uma experiência científica levada a cabo pelos nazis, bem como a obra da filósofa Hannah Arendt para recordar aos presentes que os autores das atrocidades nos campos de concentração não eram assassinos nem psicopatas, mas “gente normal antes da guerra”.
E terminou ao perguntar em jeito de reflexão: “seríamos nós capazes de fazer aquilo, não aqui, mas naquelas circunstâncias?”
