Os novos radares estão a render bem. No 1º dia, um pouco mais de seis mil pessoas foram apanhadas em excesso de velocidade, em todo o país, segundo informação divulgada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. A “safra” terá rendido, pelo menos, 360 mil euros, contas feitas ao valor mínimo da multa por excesso de velocidade.
Os novos aparelhos medem a velocidade média entre dois pontos e não registam a velocidade máxima à passagem em determinado ponto. Os condutores portugueses ainda não se habituaram a esta nova ratoeira e estão a cair nela que nem patinhos. Estes radares foram postos em funcionamento dia 1 de setembro e se, num só dia, registaram mais de 6 mil infrações, podemos extrapolar que em apenas uma semana terão gerado uma receita superior a 2 milhões de euros. Para evitar um “escândalo”, não foram divulgados outros dados para além dos registados no 1º dia de funcionamento.
As multas vão desde os 60 aos 2500 €, dependendo da velocidade em excesso. O “negócio” é tão bom que já foram encomendados mais 25 aparelhos. Neste momento, existem 98 radares (dos quais 12 medem a velocidade média), mas com a nova “encomenda” passarão a ser 123.
Ninguém contesta a necessidade de prevenir acidentes rodoviários e que o excesso de velocidade é uma das principais causas da sinistralidade rodoviária. Mas, por exemplo, não faz sentido que um radar seja colocado numa autoestrada e que a multa seja igual independentemente do tráfego. Ou seja, quem viaje às 3 da manhã, sem trânsito, numa autoestrada, deve cumprir o limite de velocidade como se fossem 15 horas e a via estivesse cheia de carros, autocarros e camiões.