Tudo começou com uma mentirola política, coisa que normalmente não tem grandes consequências, mas que, desta vez, está a causar algum alarido na política, tanto na Madeira como no continente.
A mentirola foi a promessa de Miguel Albuquerque que se demitiria se o PSD não obtivesse maioria absoluta. Apesar do PSD concorrer coligado com o CDS, não conseguiu a desejada maioria absoluta. E não se demitiu.

Não se demitiu porque, tudo indica, já havia negociado com a cabeça-de-lista do PAN o apoio que lhe faltava (apenas 1 deputado) caso o PAN conseguisse eleger algum. O PAN elegeu e Mónica Freitas antes de se sentar no parlamento madeirense já está sentada no centro da polémica dentro do seu próprio partido.

O porta-voz do PAN Madeira diz que o acordo de Mónica com Miguel Albuquerque “vale zero” enquanto não for ratificado pelos órgãos internos do partido.

E no partido, a coisa não é pacífica, apesar da Comissão Política Permanente (CPP) assumir que apoia o acordo com o PSD Madeira.

Para o PAN é uma oportunidade de introduzir as causas do partido na governação da Madeira. Numa comunicação aos militantes, A CPP fala em “momento histórico” e que o PAN “tem nas suas mãos o poder de fazer a diferença”.
O PAN é um pequeno partido, mas gosta de estar próximo do poder, apesar de não se ter dado bem no apoio que deu à geringonça socialista na legislatura passada. Os resultados eleitorais foram bastante penalizantes.
Segundo a comunicação aos militantes que estamos a citar, a CPP do PAN afirma que se está a cumprir com a defesa das “causas animalistas, ambientalistas e da população mais vulnerável”. O que o PAN diz estar a negociar com o PSD Madeira é, por exemplo, vacinas gratuitas para os animais, apoio à esterilização para todos os animais, proteção integral da floresta Laurissilva, mas também maior proteção para vítimas de violência doméstica, apoio às rendas de casa, criação do passe social único.
Nada que agrade ao CDS, o principal parceiro do PSD na Madeira, partido que prefere marialvas e touradas.