Passaram 30 anos desde que Israel e a OLP assinaram os acordos de Oslo, mediados pelos EUA. No dia da assinatura, Bill Clinton, o Presidente dos EUA, dizia que o futuro era promissor. Mas o tempo passou e continua a não haver paz no Médio Oriente.
No centro do acordo de 1993 entre Israel e os palestinianos, estava o compromisso da coexistência de dois Estados: um judeu e um palestiniano. Um ano depois, o Prémio Nobel da Paz foi dividido entre Yasser Arafat (Presidente da OLP), Yitzhak Rabin (primeiro-ministro de Israel) e Shimon Peres (ex-primeiro-ministro de Israel), como demonstração de uma pretensa esperança na vontade política das partes. Mas Israel nunca honrou o acordo.

Trinta anos depois, o Estado de Israel continua a reprimir os palestinianos e a ocupar os territórios que deveriam fazer parte do Estado da Palestina. Israel tem agora um exército ainda mais poderoso, tecnológico e fortemente armado. Os palestinianos nunca conseguiram congregar uma verdadeira aliança árabe, transformaram-se num povo de guerrilheiros que resistem frente a um inimigo mil vezes mais forte. Palestinianos e judeus só se equiparam na vontade de não desistir da luta, mas o sacrifício palestiniano é maior, maior doloroso, com demasiados mártires, numa guerra sem fim.
O ocidente costuma reagir perante desequilíbrios tão injustos, mas a cobertura política dos EUA criou uma espécie de inimputabilidade dos israelitas que continuam a viver sem sanções, sem boicotes desportivos ou comerciais, sem castigo e sem remorso.