CASCAIS, FESTAS DO MAR

Como é costume, a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes encerrou as festas tradicionais de Cascais. Um ritual que a Igreja Católica mantém.

0
1403

Esta é uma procissão diferente. A imagem de Nossa Senhora sai da Igreja de Nossa Senhora da Assunção e é levada em ombros até ao cais onde embarca para um passeio marítimo. A procissão tem esse encanto de estar ligada ao mar, tem origem na crença de que, assim, os deuses protegem os pescadores e os barcos de pesca.

Em frente ao Farol da Guia, são lançadas à água ramos de flores. Os barcos voltam ao cais e a imagem regressa ao recato do templo onde a guardam.

Como tradição e ritual religioso, é um costume folclórico interessante. De tal modo que, este ano, passou a integrar o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial da Direção-Geral do Património Cultural.

A procissão chama sempre a atenção de um bom número de pessoas. Este ano estiveram lá, a participar e a ver, algumas centenas de populares. Onde há povo e festarola, o poder político gosta de se integrar. Pensam eles que fica sempre bem na fotografia, ver um autarca a carregar o “sombrero” do padre. Mas talvez não fosse necessário demonstrar devoção, que nem sabemos se é sincera e que deveria ficar no recato da consciência quando se desempenham cargos políticos. Pela Constituição da República, Portugal é um Estado laico. Quando um político participa num ritual religioso, entra em conflito com a laicidade do Estado e com os sentimentos dos cidadãos de outros credos ou de nenhum credo.

Neste caso, Carreiras podia ter lá estado, podia ter acompanhado o ritual, mas não devia ter participado nele. Comparando com outra manifestação de maior relevo social, quando ele vai ao futebol, não joga, só assiste.   

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui