As farmácias estão com enormes dificuldades no atendimento aos utentes. Os funcionários tentam justificar a lentidão e até a impossibilidade de satisfazer os pedidos com problemas no sistema informático. “Estão a modificar umas coisas”, dizem, aparentemente sem saber muito bem o que estão a dizer.
A verdade é que as receitas demoram a ser aceites pelo sistema, se houver duas ou três caixas do mesmo medicamento só permite a dispensa de uma caixa, há casos em que as receitas não são de todo aceites e o utente fica sem conseguir adquirir os medicamentos. A alternativa, caso sejam medicamentos de venda livre, é comprar como se não tivesse receita, pagando mais caro. Nestes casos, os clientes têm a possibilidade de efetuar a compra como “venda suspensa” e, mais tarde, no prazo de um mês, se a receita for aceite pelo sistema, ser reembolsado pelo que pagou a mais.
No momento em que muitos utentes do SNS estão a ver os seus “médicos de família” abandonar o serviço público rumo a um hospital qualquer privado e em que alguns centros de saúde estão com roturas em alguns medicamentos, quando serviços essenciais do atendimento hospitalar, incluindo urgências, estão a funcionar em part-time por falta de médicos, estes problemas com as farmácias reforçam a sensação de desastre iminente.