SAÚDE EM ESTADO PRECÁRIO

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Há centros de saúde que estão sem medicamentos essenciais para o atendimento aos doentes. No Centro de Saúde de Mafra, por exemplo, alguns utentes queixam-se de que para serem tratados têm de ir às farmácias comprar os medicamentos necessários. Tem sido o caso do injetável Diprofos, normalmente utilizado para tratamento de inflamações dolorosas.

O recurso a este medicamento é banal e, normalmente, os centros de saúde costumam ter stock suficiente para as necessidades. Mas, nos últimos dias (talvez semanas), não tem sido assim. Sem outra solução, os doentes têm de ir à farmácia, comprar o medicamento e voltar com ele para a injeção ser inoculada. As reclamações que escutámos não são motivadas pela despesa (o medicamento custa menos de 3 € com receita), mas se não é caro para um reformado ou um desempregado, também não será caro para o Estado. Trata-se de uma questão de princípio, o centro de saúde tem de ter condições para receber e tratar os doentes ou enviá-los para um hospital.

Esta situação tem ocorrido apenas, que se saiba, no serviço de “atendimento complementar”, que funciona 24 horas, 7 dias por semana, e que serve de amortecedor à procura das urgências hospitalares. Mas, sem medicamentos para as dores agudas, por exemplo, fica difícil evitar que as pessoas não acabem por ir entupir a urgência do hospital mais próximo.

É voz corrente que o SNS vai de mal a pior. Nos media, os médicos protestam, os enfermeiros protestam e os utentes protestam. Os protestos são escutados, quase sempre, quando há greves setoriais ou quando se noticiam encerramentos temporários de maternidades e urgências hospitalares. Mas, agora, a qualidade do serviço está a degradar-se de modo acelerado. Não há uma explicação para a rotura de stock de medicamentos nos centros de saúde. E todos estranhamos que quem gere os stocks não consiga prevenir a rotura.

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