A grande maioria dos países africanos têm uma dívida de gratidão com a Rússia, por conta do apoio da União Soviética (URSS) às lutas de libertação. Todos os países africanos de expressão portuguesa estão nesse grupo.
Agora, nesta cimeira, o atual Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, teve um encontro com Putin que relembrou essa parte da História comum aos dois Estados: “As relações entre os nossos países são tradicionalmente amigáveis. Apoiámos a vossa luta contra o colonialismo como vos apoiámos após a independência do seu país. O próximo mês de outubro assinalará o 50.º aniversário das nossas relações diplomáticas. Penso que se trata de um acontecimento positivo e importante.”
Na atual fase da luta para travar a hegemonia dos Estados Unidos no mundo, todos os aliados contam para a tática russa. Mesmo países sem qualquer relevância económica valem influência nos diferentes fóruns internacionais e a Rússia não descura nenhum. Hoje, 50 anos depois do fim das guerras contra o colonialismo, há milhares de quadros africanos formados na Rússia (ou na antiga URSS): médicos, engenheiros e militares, principalmente. Muitos desses quadros servem os respetivos Estados e podem ser fundamentais para a definição de políticas favoráveis à Rússia na cena internacional.
Por exemplo, Putin agradeceu a Sissoco o apoio que a Guiné-Bissau tem demonstrado a “iniciativas de política externa que são importantes para a Rússia” e fez saber que a Rússia sabe retribuir os apoios que recebe.
Sissoco deve ter tomado boa nota disto.