Este tipo de vandalismo acaba por ser alimentado pelos políticos, neste caso específico por Carlos Moedas, na sua ânsia de cavalgar umas JMJ, já de si com alguma polémica.
Eu só posso considerar a maioria dos actuais governantes impreparados para as funções que desempenham, apesar dos anos nos bancos das faculdades a queimar as pestanas.
Nunca lhes ocorreu que o actual panorama político se degradou a tal ponto, que se tornou bipolar. Os liberais, uns mais do que os outros, e os comunistas, uns mais do que outros, sendo que a antiga social democracia de comunista tinha muito pouco.
Hoje não há quase centro. Não há um tronco comum assente num Estado forte, laico, intergeracional, socialmente equilibrado, regulador de uma economia que procure o lucro, claro, mas com regras de preservação do ambiente, de diminuição das desigualdades e com responsabilidade social.
Dito isto, em face dos acontecimentos recentes e passados, sobre o comportamento de algum clero, ocultado pelas hierarquias, propor o nome do cardeal patriarca de Lisboa, que, conscientemente ou não, estava na cadeira do poder católico em Portugal, só merece repúdio.
O senhor pode até não ter culpa nenhuma. Mas tal como o ministro não tem culpa da queda da ponte, ou do assassinato do emigrante ucraniano, mas tem a tutela política da área da governação onde se desenrolaram os acontecimentos trágicos e, por isso, demite-se, ou deveria fazê-lo, o Cardeal pediu a renúncia. Ou a reforma.
Só Moedas não percebe isso.