Fustigam-nos sem honestidade, aqueles que deveriam honrar os graus académicos que ostentam ou os palcos que pisam, para confundir o seu semelhante ou ainda tentar dividir para reinar e instalar a dúvida e o medo.
Portugal é um país com futuro desde que inverta o ciclo negativo da demografia. Com políticas únicas e arrojadas. Políticas de limite, de estado de guerra.
Portugal é governado por um partido que se chama Socialista mas tal não significa que estejamos a caminho do socialismo. Para evitar a queda na “desgraça” do socialismo não é preciso mudar de governo e aceitar a fatalidade de uma aliança com o fascismo. Porque Portugal não caminha para o socialismo.
Nem o PS é socialista, nem o PSD é social-democrata. São nomes cunhados na história política da democracia portuguesa. As políticas económicas do PS são todas elas caucionadas por entidades europeias supra nacionais e facilmente fariam parte das medidas do PSD se este fosse governo.
As democracias na europa têm políticas liberais e neo-liberais onde o estado é chamado a intervir quando os privados falham na sua missão e têm que ser resgatados, como no caso da banca. Pagam os contribuintes a alquimia económica.
Portugal não tem uma elite cultural fiável, tem um conjunto de retransmissores que em dado momento se orientaram e foram recuperar um ex-Presidente da República para uma tarefa na qual enterrou aquilo que lhe restava em credibilidade e bom senso.
Os portugueses são capazes do melhor e do menos bom sendo que quando necessário alcançam o lugar mais alto porque há uma enorme capacidade de adaptação a novas situações e um sentimento genuíno de país independente.
Portugal tem outras contas para ficar em paz com a sua História e para dar paz à História daqueles povos cuja natureza moldou. Com dignidade e com honra mas também com justiça e humildade.
Portugal vive eternamente à espera de um salvador porque não há uma mudança de paradigma na escola que acentue a importância de trabalhar em grupo, de incentivar os alunos a respeitar e estimar o bem comum, o bem que é de todos. A ideia de comunidade e colectivo é sempre maior do que a sua soma individual.
Estaremos sempre no grau zero da autonomia, no culto da personalidade, na incapacidade de tomar decisões e, em abstracto, a deixar que outros as tomem por nós.
A liberdade é antes de mais poder escolher. Eu só sou livre se puder e tiver por onde escolher. Se tiver capacidade para escolher. Se tiver propostas diferentes e souber ler e distinguir as diferenças entre elas.
O caminho para a liberdade faz-se na diversidade, na escola pública, na solidariedade, no cultivo dos valores universais, no respeito pelo outro.
A liberdade é a igualdade de oportunidades à partida mas também a solidariedade enquanto expressão do princípio da génese do próprio estado.
A liberdade é ensinar a pensar, é correr o risco de ousar pensar diferente, estimular o não igual e aceitá-lo.
A Liberdade é perceber que até 24 de Abril de 1974 mais de metade da população era invisível e desde essa data aquiriu direitos, teve aspirações, vontade própria, carreiras, vidas. Eram as nossas avós, mães e irmãs.
Deixemo-nos guiar pela inocência de uma criança, pela imaginação de Alice.
Pela Liberdade de votar.