MANUEL ILDEFONSO VOLTOU AO LARGO

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Manuel Ildefonso voltou ao local onde tem estado em manifestação permanente nos últimos 5 anos. Depois de algum tempo a recuperar de um problema de saúde provocado pelo bullying da Polícia Municipal, Ildefonso volta à luta por uma habitação social.

No local que ele gosta de chamar a sua ‘casa’, Ildefonso voltou a montar os cartazes de protesto e o chapéu de praia que o protege do sol, da chuva ou da geada, consoante os caprichos da meteorologia e das estações do ano.

Neste regresso, Manuel Ildefonso recebeu várias visitas e até correio. António Pedro Carvalho e Guilherme Leite foram dar-lhe as boas vindas. Guilherme entregou-lhe uma encomenda remetida da Irlanda, uma sofisticada bengala, extensível e dobrável. Uma coisa rara, mas que não substitui o ‘cajado’ que Ildefonso usa como auxiliar nas caminhadas e que, consoante as necessidades, pode ter diferentes usos.

A bengala vinha com um bilhete anexado, onde se pode ler o seguinte: “sou um amigo (de Lourel), residente na Irlanda. Este planeta está cheio de gente podre, como esse peido fedorento B. Horta (sic)”, fim de citação. A mensagem é mais extensa, fundamentalmente expressa solidariedade com Manuel Ildefonso, um sem abrigo a quem a Câmara Municipal de Sintra não presta assistência como ainda pretende expulsá-lo do local onde ele manifesta o seu protesto.

Com o edifício sede da autarquia em obras, o autarca mor deverá estar de férias, assim como o oficial de polícia que mantém às suas ordens. Pelo menos não foram vistos no largo Virgílio Horta, hoje. Ildefonso diz que “os agentes da GNR sorriem ao passar. Foi assim o dia de hoje e, espero, que seja assim amanhã.” Assim deveria ser todos os dias. O direito à manifestação não pode ser impedido.

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