A indústria automóvel quer anular a adaptação do setor às regras antipoluição da União Europeia e ameaça com aumento dos preços dos veículos.
O aviso vem na mais recente edição da revista do ACP, onde se reconhece que a indústria automóvel rejeita as regras antipoluição e apela à revogação da norma Euro-7. Esta norma da União Europeia deverá entrar em vigor dentro de 2 anos e afeta principalmente os motores diesel. A norma impõe maiores restrições às emissões poluentes dos motores dos veículos automóveis e, para ser respeitada, obrigaria a investimentos brutais que iriam ter reflexos no preço dos veículos. Em média, 2 mil euros em veículos ligeiros, 12 mil nos pesados.
A indústria diz que a norma não faz sentido, no momento em que todas as marcas construtoras já estão empenhadas na produção de veículos elétricos. Na Europa, a partir de 2035, deixará de ser possível comprar carros novos com motores que queimem combustíveis fósseis.

O próprio presidente do ACP, Carlos Barbosa, diz que “os burocratas da Comissão Europeia ainda não perceberam o que é a vida real, porque nunca geriram nada, foram políticos toda a vida, e não conseguem perceber que, efetivamente, os construtores não têm capacidade para mudar de 3 em 3 anos as regras dos automóveis…”
Barbosa diz que mesmo a meta de 2035 para os carros elétricos “é um sonho que muitos países não vão cumprir”.
Para já, oito países europeus formaram uma frente unida para obrigar a Comissão Europeia a revogar a norma Euro-7. São eles a França, Itália, Polónia, Hungria, Roménia, República Checa, Bulgária e Eslováquia, que não querem aplicar as novas regras antipoluição da UE.
